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GT Gênero vai a campo para testar metodologia de pesquisa

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O levantamento inédito sobre mulheres que usam bicicleta em São Paulo será lançado já em setembro

Ao longo da semana passada, entre os dias 19 e 21/4, o Grupo de Trabalho de Gênero foi a campo realizar o primeiro teste de aplicação relacionado ao questionário e à metodologia da pesquisa inédita que a Ciclocidade lançará ainda este ano.

O objetivo, neste momento, era o de entrevistar de 30 a 60 mulheres que usam a bicicleta como meio de transporte, a fim de detectar possíveis problemas e corrigi-los antes de ir para a rua definitivamente, em junho.

A pesquisa comandada pelo GT Gênero, ainda sem nome oficial, busca traçar um perfil das mulheres que pedalam na cidade de São Paulo por meio de 750 questionários, aplicados segundo recortes territoriais que dialogam com os índices de uso da bicicleta em cada região da capital paulista.

A previsão é que o relatório e os dados sejam publicados já durante o mês da mobilidade (setembro) de 2016. Antes disso, durante o Bicicultura 2016, em maio, o GT Gênero promoverá uma oficina de apresentação para trocar experiência com outros grupos de mulheres ciclistas, de outras regiões do país.

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O Grupo de Trabalho de Gênero

O GT Gênero da Ciclocidade surgiu ao início de 2015 devido a uma inquietação: por que vemos tão poucas mulheres pedalando pelas ruas de São Paulo?

Há poucos dados relacionados a esse recorte, e os que havia naquele momento (ou mesmo que apareceram depois) confirmam apenas que há um abismo entre o número de homens e mulheres pedalando pela cidade.

Um levantamento do histórico de contagens de ciclistas feitas pela Ciclocidade até março de 2015 apontou uma média de menos de 6% mulheres ciclistas; já nas pesquisas relizadas pelo Metrô, a quantidade de viagens realizadas por mulheres não passa de 20%.

A verdade é que não sabemos ao certo qual a proporção de mulheres ciclistas, pois o percentual oscila conforme a metodologia ou os pontos de coleta de informações. Podemos dizer apenas, ainda segundo as contagens e segundo a pesquisa Perfil de quem usa bicicleta na cidade de São Paulo (que lançamos no ano passado), que as mulheres que usam a bicicleta estão mais concentradas nas regiões centrais, diminuindo em regiões periféricas.

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Mais sobre a pesquisa

Para entender melhor as respostas à inquietação que deu origem ao grupo, integrantes do GT vêm construindo desde o meio de 2015 uma pesquisa quantitativa para entender como são as mulheres que pedalam em São Paulo – quais as suas motivações e quais as principais barreiras enfrentadas no uso da bicicleta como meio de transporte.

A elaboração da pesquisa sobre mulheres ciclistas foi um processo formativo de amadurecimento coletivo e lento, que decolou em 2016, com o planejamento anual da Ciclocidade em priorizá-la como a pesquisa inédita a ser lançada este ano.

Contar com orçamento é essencial, uma vez que desde o começo tínhamos consciência que nossas curiosidades e questionamentos não seriam sanados com simples questionários online, que seriam respondidos por um grupo muito específico de mulheres. Agora, os trabalhos andam em um ritmo acelerado!

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Oficina durente o Bicicultura 2016, em maio

Não temos conhecimento de nenhuma pesquisa dedicada a entender especificamente as características dos deslocamentos de bicicleta das mulheres na pluralidade com que essa pesquisa pretende.

Estamos ansiosas para ver os resultados e compartilhar as nossas descobertas com mais gente! Por isso, realizaremos uma oficina no Bicicultura 2016 para a apresentação da metodologia desenvolvida, já que queremos compartilhar a nossa experiência com mulheres de outras cidades – e, quem sabe, inspirá-las a fazer o mesmo.

Os resultados finais da pesquisa devem ser apresentados na semana da mobilidade, em setembro de 2016. Até lá, temos muito trabalho e muita conversa pela frente!

Let Mila Corujas

 

(Fotografias: Rachel Schein e Tomaz Vello)

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